14.3.10

Cristina.


Desde a primeira vez em que a vi, soube de imediato tratar-se de um caso excepcional. O mistério não estava apenas na negritude dos seus cabelos nem tão somente na doçura do seu sorriso... mas sim, e também, na áurea do seu espírito alegre que com incrível facilidade podia-se observar.
Jamais me esquecerei do dia em que meu queixo caiu - embasbacado - pela beleza inconfundível e irreparável que lhe acompanhava como um presente divino!

Nunca pude esquecer tal sensação; era como se o chão se abrisse e me pedisse para me ausentar enquanto seu resplendor passasse e fosse adiante para que, não apenas eu, mas toda a humanidade pudesse desfrutar de tal magnitude da qual você inquestionavelmente fora concebida!

Anos se passaram e você continua aí, linda, como se os dias não avançassem... como se eles não fossem a diante...

Como se eles não tivessem poder sobre seu corpo!

Do quê me adianta estudar os ástros... se o infinito está aqui, tão próximo e ao mesmo tempo tão distante?

De quê me adianta lhe amar... se eu sei que você nunca me viu... e certamente nunca verá!
De quê me adianta olhar para o céu... se o céu não pode me ver?
Ainda assim faço do limão uma limonada!



Da aparente tragédia... uma peça teatral!
Da constante lamúria... uma ópera!
Da dor... uma valiosa experiência!
Da lágrima... uma lembrança!
É assim que tenho vivido: Vendo você sair...

Vendo você chegar.
Vendo você viver...
Vendo você sofrer.

Vendo você andando por aí...

Vendo você sem meu querer.
É Assim que tenho vivido: Vendo você chegar...

Vendo você  partir...
Vendo você chegar...

Vendo você partir...

Vendo você viver...
Vendo você sofrer...

Vendo você sorrir, vendo você chorar!
Vendo você vivendo, vendo você morrendo...

Vendo você suplicando, Vendo você agradecendo...

Vendo você sem mim...

Vendo a mim sem você!

É assim que tenho vivido:

Como personagem de um velho pasquim!

Eu vivo sem você...

Você vive sem mim!
Autor: Claudio Selga
Foto: Domínio público

Nenhum comentário:

Postar um comentário