13.9.10

Mocidade...

Eram só caprichos...

- Apenas sonhos inocentes de um jovem imaturo que achava estar no centro do Universo!

Diante do enorme resplendor de vida que se lhe apresentava algo incógnito lhe fascinava à mente ofertando-lhe a ideia de que era eterno.


Pobre crença - Deveras errônea fé!


Como um relógio parado não percebia sua inutilidade perante o tempo!


Como erva fincada entre penhascos, via a vida passar dentro de belas embarcações;
Dia, após dia. Mês, após mês. Ano, após ano!

- Todos os seus dias eram assim!


Águas que vem... águas que se vão: Invariavelmente todos seus dias eram em vão!

Como camicase sem alvo não tinha objetivos senão morrer sem objeção, 
morrer sem ver a conclusão!

Mas a morte não lhe procurava fazendo que sua realeza excêntrica (quanto à sua própria infinidade) parecesse cada vez mais real, cada vez mais verdadeira.

E assim foram-se os dias, meses e anos.


Até que certo dia doeram-lhe os joelhos... humilou-o um certo espelho...

- Desmentiu-lhe uma certa mulher!

Tal prova fora-lhe dura por demais!

E - como bússula sem Norte - passou a navegar à deriva, não se preocupando mais com os arrecifes do litoral que se avizinhava. Mas o que ele não sabia é que nenhuma displicência ou relaxamento são perdoados pelo mar.

- Por Deus, sim!  Mas... Pelo mar, não!


Foi quando finalmente, diante do fracasso pessoal indisfarçável, viu-se obrigado a
reconhecer que havia perdido tempo demais em sua - até então - inútil vida!


Assim, vislumbrando o terrível destino de sua nau,
arqueou velas, recolheu âncoras, aprumou timão e lançou cargas inúteis ao mar, gritando:

- Toda força à frente!

- Toda força à frente!

Sem que ele pudesse acreditar sua embarcação agora navegava como nunca dantes! Sem receios e sem lembranças dos atóis e arrecifes que outrora o amendrontavam, agora parecia-lhe calmo cada um dos seus convéses... cada um dos compartimentos de sua insondável mente humana, tinha agora nova oxigenação, nova motivação!


(CONTINUA...)